Quem tem animais de estimação em casa acaba tendo que fazer adaptações para o maior conforto dos pets e também para facilitar a manutenção dos ambientes. E não é pouca gente interessada no assunto. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 50 milhões de cães e 22 milhões de gatos vivem nos lares brasileiros. Pois as arquitetas Daniele Okuhara e Beatriz Ottaiano, da Doob Arquitetura, e Ana Yoshida, do escritório Ana Yoshida Arquitetura e Interiores, compartilham sua experiência na forma de dicas para deixar a casa preparada e em harmonia para a convivência entre donos e pets.
- Adaptação nos ambientes e segurança
Durante o projeto, o profissional de arquitetura e decoração deve considerar espaços específicos para o descanso, alimentação as necessidades fisiológicas dos pets. Para facilitar o acesso, passagens adaptadas podem ser instaladas nas portas. “Para quem mora em apartamentos ou sobrados, é imprescindível investir em redes de proteção nas janelas e varandas”, enfatiza a arquiteta Ana Yoshida.
- Piso certo
Praticidade é a tônica na escolha do revestimento escolhido para o chão, já que demandam maior frequência no processo de limpeza.“Se um cliente demonstra interesse por um piso de madeira, sugerimos repensar a escolha, pois o material sofre com os arranhões, deteriora com a acidez da urina dos cães e limita o processo de limpeza, já que não podem lavados”, explica a arquiteta Beatriz Ottaiano, da Doob. A mesma restrição acontece com o piso laminado, que se deteriora com a umidade.
Entre as opções, o porcelanato aparece como o tipo de revestimento que atende os mais variados estilos de decoração devido ao grande número de acabamentos disponíveis – amadeirados, marmorizados e aqueles que imitam concreto, entre outros –, e podem ser limpos com facilidade. “Para quem não gosta do toque frio do porcelanato, há ainda a opção do piso vinílico, que embora não possa ser lavado com balde de água, apresenta uma resistência maior à água”, diz Beatriz.
Projeto da doob arquitetura – foto: Júlia Ribeiro
3. Acerte no revestimento das paredes
Faz parte do comportamento dos cães o hábito de esfregarem o corpo nas paredes da casa. O mercado oferece inúmeras opções de tintas acrílicas laváveis e que facilitam a faxina. Sobre a escolha das cores, as mais escuras são fortes aliadas, pois ajudam a disfarçar a sujeira e, no caso de papel de parede, as versões de vinil podem ser facilmente higienizadas com pano úmido.
4. Móveis e decoração
Os cães, principalmente os extrovertidos, não têm noção de cuidado com os móveis e com parte de decoração da casa. Assim, acabam batendo em objetos que, além de danificar os itens podem, muitas vezes, provocar acidentes. Assim, é aconselhável usar estantes fechadas. No caso de gatos, que adoram subir em móveis, a marcenaria pode ser pensada para proporcionar um maior grau de dificuldade nessa escalada.
Projeto da Ana Yoshida – foto: Evelyn Müller
Com relação às cadeiras, as profissionais da Doob arquitetura sugerem peças produzidas à base de polipropileno ou polietileno, que são mais práticos de limpar. “Se optarmos por cadeiras de madeira revestidas com tecidos, sempre damos preferência para fibras sintéticas às naturais em linho e algodão”, explica Beatriz. Também é importante considerar, tanto para as cadeiras como sofás, a impermeabilização ou blindagem do tecido para driblar, em tempo hábil, qualquer imprevisto.
Para os apaixonados pelos felinos, tramas fechadas são ideais para que as garras não estraguem os tecidos. “Com trama de poliéster e algodão impenetrável, o tecido impermeável tem uma ótima relação custo-benefício e é simples de limpar. Tendência na decoração, a lona de caminhão também é bastante usada”, conta Danielle.
Projeto doob arquitetura – foto: Fotos Julia Ribeiro
Completando a decoração, cortinas de linho ou voil devem ser desconsideradas, pois podem desfiam com facilidade. Pensando em durabilidade, persianas de rolo são as mais indicadas. No tocante aos tapetes, a sugestão é escolher um modelo produzido com fibras sintéticas de vinil e poliéster, que são laváveis e apresentam a trama totalmente fechada.
Projeto doob arquitetura – foto: Fotos Julia Ribeiro
5. Casinhas para pets
Em casas ou apartamentos não há necessidade de usar a estrutura de uma casinha. “Geralmente, elegemos estofados posicionados em um cantinho”, explica Ana Yoshida. Para quem tem uma boa área externa e pretende construir uma casinha para o cachorro, um bom material para é o pistão, que propicia a limpeza facilitada e permite que a casa fique mais arejada. Caso seja possível, vale construir a casinha sobre uma base de alvenaria não eliminar a necessidade de suspender a estrutura durante a lavagem da área.
Projeto Ana Yoshida – foto: Fotos Luís Simione
Sobre a doob arquitetura
Formado pelas arquitetas Daniele Okuhara e Beatriz Ottaiano, o escritório tem atuado principalmente na reforma de interiores em apartamentos de até 200m² no estado de São Paulo. A marcenaria feita sob medida, pensando na integração e na otimização dos espaços, é uma característica marcante nos projetos do escritório, que busca identificar o perfil de cada cliente para materializá-lo na arquitetura e decoração, não só pela forma, mas também pela funcionalidade.
@doob.arquitetura
Sobre Ana Yoshida Arquitetura e Interiores
Para explicar o portfólio atual e moderno da jovem arquiteta paulistana Ana Yoshida, com escritório desde 2008, é preciso ir além da formação em arquitetura e urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Experiências com comunicação visual de lojas, cenografia de festas e eventos, e a paixão pela dança, que ela traz desde a infância, ajudam a compor o caldeirão de ideias que dá forma aos projetos de decoração e interiores cheios de bossa, estilo, personalidade e elegância.
@anayoshidainteriores