Reforma: primeiro apartamento formatado para um casal expande área social

Reforma de apartamento para um casal-Fotos Júlia Tótoli
Área social é transformada por reforma para aumentar espaço de convívio (Fotos Júlia Tótoli, divulgação)

A reforma deste apartamento em Brasília procurou preservar características do projeto original – como o piso de taco de madeira -, e adaptar seus espaços às novas necessidades funcionais dos moradores. A demolição das paredes revelou parte da estrutura original. Uma das intervenções mais significativas propostas pelo projeto do escritório BLOCO Arquitetos foi a mudança de posição da cozinha, agora totalmente integrada à sala de jantar e estar. Todo projeto de reforma foi inspirado nas características da arquitetura moderna brasileira, especialmente encontradas em Brasília, presentes no apartamento de 150 metros quadrados. Por isso, a intervenção ressalta a simplicidade e a engenhosidade estrutural – traços comuns da arquitetura brasiliense. Peças de design e arte marcam o décor.

Primeira residência de um casal, o apartamento reformado pelos arquitetos brasilienses Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco tinha por objetivo transformar a residência em um ponto de encontro para a família e amigos, conforme desejo dos proprietários.  Com essa premissa, o imóvel de três dormitórios foi totalmente reformulado, criando um grande salão social com apenas uma suíte para o casal. Localizado na Superquadra 114 da Asa Sul, em Brasília, o apartamento teve sua área social ampliada e a cozinha integrada à sala.

Projeto reduz a compartimentação exagerada
Projeto do BLOCO Arquitetos reduz a compartimentação exagerada

O imóvel havia passado por uma reforma anterior que o compartimentou excessivamente. Por isso, a intervenção realizada pelo escritório BLOCO Arquitetos removeu várias paredes para integrar a maioria dos espaços, atendendo às demandas dos moradores e revelando parte da estrutura original, como as vigas. O piso de taco de madeira, também original, foi retirado, restaurado e reinstalado.

Cozinha foi integrada ao living
Cozinha foi integrada ao living

Uma das alterações mais significativas foi a mudança de posição da cozinha, agora totalmente integrada à sala de jantar e estar, com a inclusão de um espaço lateral de apoio que conta com um armário adega. Nessa nova organização, os equipamentos são parcialmente expostos, enquanto a geladeira – o maior deles – foi “escondida” da vista da sala, posicionada no cômodo ao lado, que também funciona como área de serviço.

Sala de jantar
Mesa de jantar conectada à ilha. Observe as luminárias Corda, de Guilherme Wentz

No layout, o primeiro quarto foi anexado à sala, enquanto o segundo se transformou em uma sala de TV e escritório, com a possibilidade de fechamento por uma esquadria de aço e vidro. O banheiro da suíte também foi reposicionado e conectado diretamente à fachada ventilada por meio dos cobogós do edifício, onde foi possível criar um jardim.

Idealizado para receber o máximo de pessoas possível, o estar conta com dois ambientes distintos, que podem ser conectados conforme as necessidades dos moradores. Além da integração do espaço, destacam-se a marcenaria em freijó e a curadoria do mobiliário.

Peças de design tornam o projeto ainda mais especial
Peças de design tornam o projeto ainda mais especial

Entre as peças de design assinado estão as poltronas Lia, Mole e Paraty, de Sergio Rodrigues; as poltronas Zeca e cadeiras Fina e Zanini, de Zanine Caldas; a mesa de centro Grampo, de Fernando Mendes; e o aparador Vitrola, de Felipe Protti.

Arte e design personalizam os espaços

Arte e design personalizam os espaços

Designers como Sergio Rodrigues e Zanini de Zanine permitem um passeio pelo mobiliário autoral brasileiro
Designers como Sergio Rodrigues e Zanini Caldas permitem um passeio pelo mobiliário autoral brasileiro

O projeto de iluminação também passou por uma intervenção simples. No ambiente social, foram utilizados trilhos e luminárias de sobrepor, além de dois pendentes Corda, de Guilherme Wentz, sobre a mesa de jantar e abajures nas mesas laterais. Além disso, uma arandela Dot, de Alessandra Mourão, foi incluída no banheiro social. O restante da iluminação foi embutido no forro.

Luminária pontual no dormitório
Luminária pontual no dormitório

 

Ficha Técnica:

Projeto: Apartamento 114S

Arquitetura e Interiores: BLOCO Arquitetos – Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco

Gerenciamento/Coordenação: Luiz Lopes

Local: Asa Sul – Brasília (DF)

Área: 150 m²

Ano: 2020-2022

Fotos: Júlia Tótoli

Mesma linguagem de todo apartamento marca também o home office
Mesma linguagem de todo apartamento marca também o home office

 

Sobre BLOCO Arquitetos:

O BLOCO Arquitetos foi fundado em Brasília por Daniel Mangabeira (UnB, 1999), Henrique Coutinho (UnB, 1997) e Matheus Seco (UnB, 1999). Os três dirigem uma equipe de arquitetxs com formações, experiências e interesses diversos. A maior parte dos projetos são apresentados através de fotografias de obras construídas, o que reflete a larga experiência do escritório na materialização de projetos de diferentes escalas e programas, desde casas e edifícios a interiores e instalações temporárias.
 

Os projetos do BLOCO têm relação direta com condicionantes específicos que podem ir desde a topografia e orientação solar de um terreno ao orçamento e mão-de-obra disponíveis. Os limites impostos por cada programa são encarados como oportunidades de criação. Acima de tudo, o escritório considera que cada projeto pode ser uma poderosa ferramenta de transformação de seu contexto.
Os arquitetos do BLOCO administram a conta Brasília Moderna, uma coletânea de fotos e descrições de edifícios construídos entre as décadas de 1960 e 1980 que foram projetados por arquitetos da primeira geração de profissionais que trabalharam na cidade. A iniciativa tem o objetivo de promover a conscientização sobre a importância da preservação e manutenção deste importante acervo. Tais obras são fonte de aprendizado e inspiração para o nosso trabalho.
O BLOCO Arquitetos também é um dos membros fundadores do Atelier Piloto. A intenção do coletivo é promover a interação entre estudantes, profissionais e escolas por meio da organização de palestras e oficinas de projeto que promovam o trabalho colaborativo com um objetivo comum: refletir sobre arquitetura e pensar a cidade.

 

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