Lifestyle: O Butiá prioriza a experiência

Vista da área preferida para piqueniques (foto Roberta Amaral, divulgação)
Vista da área preferida para piqueniques (foto Roberta Amaral, divulgação)

É de fato uma experiência inesquecível, especialmente para quem não sabe o que esperar. Fui levada até O Butiá pela minha filha, a designer Mariana Prestes. Era logo ali, segundo ela, na Zona Sul, em Itapuã. Já tínhamos reserva (porque sem isso não se tem acesso ao local, que só abre aos feriados e finais de semana) e havia amigos dela curtindo o lugar naquela metade de tarde de um feriado em que eu havia trabalhado antes de curtir a proposta do passeio. Só que fica a 40 quilômetros do centro de Porto Alegre, mas vale cada quilômetro percorrido, e devíamos ter saído mais cedo de casa. Conseguimos ver o pôr do sol na beira do Guaíba curtindo a banda Marmota Jazz e aplacar a fome com um hamburger  delicioso. Sem falar que encontramos pessoas queridas em pleno piquenique com toalhinhas xadrezes sobre a grama em um camarote natural.

Pôr do sol no O Butiá
Pôr do sol no O Butiá (Foto: Roberta Amaral, Divulgação)

Bem, O Butiá é uma antiga fazenda à beira do Guaíba com uma proposta especial. Em 2009, com o falecimento da sua mãe, Henrique Möller herdou a fazenda abandonada há 30 anos, de propriedade do seu bisavó, território de  muitas memórias afetivas de sua infância. “O lugar tinha um valor afetivo muito grande para mim, e eu queria valorizar a área. Queria que as pessoas pudessem conhecer essa região, e que eu pudesse fazer um business disso”, conta Henrique.

Durante o show da Marmota Jazz (Crédito Henrique Möller)
Área de piquenique durante o show da Marmota Jazz (Crédito: Henrique Möller, Divulgação)

Designer gráfico por formação e apaixonado por arquitetura e arte, Henrique resolveu iniciar as obras. “Sou um homem do mundo, já morei e viajei para vários lugares; na minha temporada na Alemanha estudei design em uma escola que segue a linha da Bauhaus, e me aventurei na empreitada”. Claro que o pôr do sol já trabalhava a seu favor.

Henrique estruturou um espaço para receber visitantes e abrigar cerimônias de  casamentos, treinamentos empresariais e eventos corporativos. À frente da obra, o próprio designer assumiu o papel de mestre de obras. Para isso, decidiu demolir a casa original e erguer um restaurante. Foram construídos dois salões de festas cobertos que podem ser integrados em um único ambiente, com vista para o Guaíba, claro. O bar, que une os dois espaços, fica sob uma frondosa Guajuvira, e a construção, toda em madeira, rústica na medida. O maior salão é totalmente aberto para o entorno com vista para o rio, enquanto o menor está praticamente dentro da mata, mas também de olho no Guaíba.

O Butiá
Estrutura para eventos (foto Laura Dable, divulgação)
O Butiá
Construção nova
O Butiá
(Foto Anderson Xavier, Divulgação)

“Sempre gostei muito de viajar para o Uruguai, e foi de lá que tirei as principais inspirações para construir os espaços do Butiá: muita madeira – que é um material barato – e um resultado moderno e de bom gosto. Também sou fã do modernismo, tanto na tipografia como na arquitetura, então quis traduzir a forma uruguaia de construção”, revela Henrique.

O Butiá

o-butiá-eleone-prestes_crédito_Henrique Möller

Dia de festa no O Butiá
Dia de festa no O Butiá

Em maio de 2013, O Butiá foi inaugurado. Onde antes era a sede da fazenda do bisavô, passou a funcionar um espaço para eventos e restaurante, que também serve como plataforma para explorar a região. De lá, é possível fazer passeios de barco e stand up paddle no rio, além de trilhas pelo Parque Estadual de Itapuã. A preocupação em valorizar o local está nos atrativos oferecidos, mas também na operação. Henrique conta que os insumos do restaurante são todos adquiridos na região. Os quatro funcionários fixos também moram nas redondezas, assim como os colaboradores que costumam ser contratados conforme o evento. A maioria vai de bicicleta ao trabalho.

 O Butiá

“Muitas cidades aproveitam a orla dos rios para oferecer propostas diferentes, como o Uruguai. Dos Estados Unidos, aproveitei muito a questão dos alimentos locais e orgânicos, além da ideia de arquitetura simples e bem resolvida. Da Europa, utilizei o conceito de restaurantes longe da cidade grande que, ao mesmo tempo, mantêm um padrão de cozinha elevado”, resume Henrique.

O BUtiá

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