Casa em Torres: elegante projeto de Zeca Amaral marcado por referências marinhas

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A casa de 350 metros quadrados, localizada em um condomínio junto ao rio Mampituba, em Torres, foi construída com o propósito de servir para o veraneio da família, mas devendo estar preparada para ser usada o ano inteiro. Ao arquiteto Zeca Amaral coube cuidar da arquitetura de interiores de alguns ambientes, estar social, estar íntimo, jantar, lavabo e bar, deixando-os prontos para serem desfrutados com conforto pelo casal com uma filha ainda bebê e um filho adolescente, do primeiro casamento do marido. Este é o segundo trabalho entregue ao arquiteto: no ano passado, ele cuidou dos interiores da área social da casa do cliente em Porto Alegre.

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(Fotos Paulo Backes, Divulgação)

Habitat de sereias e corais

A sugestão do profissional para pontuar o projeto com referência náuticas e marinhas, tema pelo qual ele tem especial apreço, foi aceira de imediato. Assim, para onde quer se volte os olhos se encontrará um toque ligado ao mar, das encantadoras sereinhas sobre uma das mesas laterais no estar aos recorrentes corais, presentes, entre outros pontos, no padrão das almofadas e na base de abajures. Foi fácil encontrar tantos itens com esse motivo? “Fui garimpando durante o ano, algumas peças trouxe de Punta Del Este, e quando o verão se aproxima, mesmo as lojas de Porto Alegre começam a receber itens ligados ao mar”. O paradoxo aparece quando se fica sabendo que Zeca não curte praia, muito menos areia…

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Living azul

No estar social, predominam os azuis. Nas paredes, tijolos de demolição e concreto aparente, e no piso, este, do projeto original da casa, cimento alisado e tijolo em cutelo com nata de cimento. Base perfeita para compor com o louro freijó do painel da TV e da lareira. O long board na parede foi encomendado especialmente para o projeto e simboliza o gosto pelo esporte, praticado por pai e filho. Todo o elegante mobiliário do ambiente também exala conforto e aconchego. Impossível não pensar em usufruir dos sofás revestidos em linho, um listrado, outro em tom cru, ou das poltronas originais dos anos 1950, em pau marfim, compradas por Zeca num antiquário em São Paulo e revestidas em linho listrado com fundo claro. De lá também veio a mesa de centro em madeira com tampo de vidro, da mesma década. A outra, branca, é de metal com tampo de mármore.

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Ainda no estar, a poltrona listrada com fundo azul-marinho é a Ravello, de Rejane Carvalho Leite, em madeira catuaba. Mais design na área com o banco Sheep, coberto por pelego, assinado por Taís Malaquez. Nas mesas laterais de madeira finalizada em laca branca há uma caixa de acrílico no tampo, onde estão expostos corais e conchas. O revisteiro vertical é criação do designer Francisco Pinto, e a mesa lateral em laca branca, tem tampo de metal e base de madeira. Acima dela, dividem espaço a colorida gravura de Aldemir Martins e o pequeno óleo sobre tela, uma clássica marinha. Na grande abertura, a tela solar controla a incidência de luz com praticidade.

Materiais naturais e próximos da natureza

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Pé da mesa é madeira natural

No espaço do jantar, concentra as atenções a mesa com tampo de vidro 20mm com facete de 2,5 cm. Não é assinada, mas parece, com sua base formada por um grande e vistoso tronco de árvore. A luminária pendente sobre ela é bem praiana, de palha de bananeira, e as cadeiras Meridien que a acompanham foram compradas sem acabamento e laqueadas, inclusive na palha. Detalhes minuciosos que fazem a diferença e são marca registrada do arquiteto.

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Recanto dos objetos sobre o aparador

O aparador X2, da designer Simone Giovanella, é em madeira freijó com espelho bronze. Sobre ele, o abajur tem base coberta por corais e cúpula na tradicional e chique combinação de bleu, blanc, rouge em singela palha de bananeira. Na parede, a foto azul de Paulo Backes impressa com jato de tinta em lona vinílica adesiva dá um toque de contemporaneidade para o recanto, complementado com outras fotos, algumas também assinadas. Os elegantes garden seats têm padrão chevron em azul-marinho e branco, uma bem-dosada pitada de sofisticação.

Do fundo do mar, a beleza da cor coral

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Estar íntimo

No piso do estar íntimo, onde prevalecem os tons quentes, o tapete Arua, de juta natural, garante aconchego, da mesma forma que o sofá em L, em sarja branca. A palha de seda que reveste os pufes foi tingida no exato tom coral definido por Zeca para o ambiente, e as cinco poltronas de madeira freijó foram forradas com diferentes tecidos em tonalidades claras, linho encorpado e outro mais leve e sarja. As cores das almofadas de linho com estampa coral foram produzidas de acordo com a especificação do profissional, sob encomenda, e o pé do abajur laqueado, de resina, com formas de corais afixadas também foi pintado para ficar nesta cor. A mesa lateral, em louro freijó, tem acabamento em laca vermelho-coral, tonalidade perfeita para casar com os dois garden seats que têm tema oriental. A cortina romana em linho listrado e telas solares complementa o sossego do acolhedor ambiente. Na parede, as fotos são de Roberta Borges e Elvira Fortuna.

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Integração dentro e fora

Nos fundo da casa, junto à churrasqueira, ao deque e à piscina, está localizado o bar. Os simpáticos bancos em grápia tingida, mesma madeira do balcão, reproduzem um visto por Zeca na fazenda de uma amiga em Rosário. Para revestir as poltronas foi usado tecido acqua block, e as almofadas e os pufes têm padrão tye-die marinho e branco, bem descontraídos. No espelho redondo, a palha de bananeira reaparece na moldura, lembrando que, mesmo que a elegância domine, se está na praia.

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Lavabo

O lavabo tem uma das paredes coberta por espelho, e as demais pintadas de branco, o que dá mais visibilidade às cartas náuticas da série Marinha do Brasil. Uma, mostra a faixa litorânea do Cabo de Santa Marta, em Santa Catarina, ao Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul, outra, de Rio Grande ao Chuí.  A bancada da pia e a cuba são em basalto e fazem parte da arquitetura da casa.

Zeca Amaral

O arquiteto descobriu que esta seria sua profissão aos oito anos de idade, quando acompanhou a construção da casa de sua família e ficou fascinado pelas plantas e desenhos em perspectiva. Na época, Zeca Amaral não sabia se seria engenheiro ou arquiteto por não conhecer bem as atribuições de um e de outro. Com o tempo, conheceu, e fez a escolha. Seu trabalho com arquitetura de interiores é amplamente reconhecido. Em 2017, completa 30 anos de atuação.

Av. Caçapava, 565/301

Porto Alegre, RS

(51) 3333-2259 – arq@zecaamaral.com.br

Texto Marjori Michelin

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