O artista visual Gelson Radaelli inaugurou exposição de pinturas recentes na galeria Bolsa de Arte, em Porto Alegre, que se estende até 14 de novembro. Com grande produção nesta época de reclusão, o pintor escolheu uma parte desses quadros da quarentena para compor a mostra que leva o nome de No espelho não sou eu.
Trata-se de uma série de obras de múltiplos formatos, todos executados em óleo sobre tela e com o uso farto de cores e soluções técnica e estéticas, que acusam a condição do ser diante da pandemia. Imagens para o deleite e reflexão, confronta o homem e a natureza, relata o encantamento e a desarmonia, que faz da vaidade e a cobiça um caminho para o extermínio do ciclo de vida no planeta.
As pinturas contemplam três atos: 1. O ser – pinturas de retratos de anônimos em estado de loucura ou vítimas do coronavírus ou em estágio de “derretimento’. 2. A Natureza -Pinturas principalmente de flores secas, que retratam vasos que o artista dispõe nos ambientes onde circula e com esses tempos cinza secaram se tornando uma metáfora concreta e triste dessa época. 3. O Ser e a Natureza – Nesses quadros existe um não diálogo entre a figura humana e a mãe Gaia. O ser está sempre de costas para os elementos naturais, refletindo e pensando somente nas suas coisas, em suas conquistas, no dinheiro, nos prazer e o poder, se esquecendo – e agredindo – a força que é a essência da vida e responsável pelo equilíbrio do o planeta.
