Casa da Figueira, equilibrada volumetria à beira do Guaíba

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“Quando visitamos o terreno para conceituar o projeto, a primeira visão que tivemos foi da escultórica figueira em uma planície, e o brilho da água ao fundo, um cenário muito gaúcho”. Foi esse impacto positivo que inspirou as diretrizes do trabalho do escritório Stemmer Rodrigues Arquitetura, no projeto desta residência, segundo conta o arquiteto Paulo Henrique Rodrigues. Não por acaso, o projeto ganhou o nome de Casa da Figueira, em referência ao marcante e acolhedor elemento que se impõe na planura da paisagem. Tão significativo, que mereceu abrigar uma adorável casa na árvore, que certamente acompanhará as melhores lembranças da infância das duas filhas do casal proprietário do imóvel.

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(Fotos Marcelo Donadussi, divulgação)

Concreto aparente, madeira e pedra foram criteriosamente utilizados para compor as fachadas da edificação localizada na cidade de Eldorado do Sul. O terreno tem generosos 1,54 mil metros quadrados e a área construída é praticamente a metade disto: 726 metros quadrados.  Conforme o arquiteto, a orientação solar foi preponderante no zoneamento dos ambientes da casa, aproveitando ao máximo as condições naturais do local. Da mesma forma, a incidência do Minuano, que sopra forte na região, junto ao Guaíba, foi seriamente considerada. Por isso, além de bonita e impactante, a fachada principal, em concreto e sem aberturas, desempenha com competência a função de proteger a casa desse vento nem sempre agradável.

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Arquitetura exemplar do escritório Stemmer Rodrigues

Dois volumes e uma rocha

Voltada para o norte, com vista para o aprazível canal navegável, a ampla residência é composta por dois únicos volumes. O primeiro, um bloco de concreto transversal sobre paredes curvilíneas do mesmo material. Nele, se localizam os dormitórios, com aberturas amigavelmente voltadas para o sol. A presença de um solário, de onde se avista a skyline de Porto Alegre, se autoexplica. Inesperadas, as curvas das paredes amenizam a rigidez das linhas retas e do concreto, agradando os olhos e dando boas-vindas a quem observa ou se aproxima.

O segundo volume, no andar de baixo, tem sentido oposto, longitudinal, construído em aço córten e vidro, e direciona a área social para a água, sempre um tranquilo atrativo que faz bem à alma. Neste nível, outro surpreendente contraste se dá com o belo vão livre, que forma singela moldura para a paisagem à sua frente. “Sua leveza proporciona a transparência necessária para contemplação da vista desde a rua”, diz Paulo. Não bastasse isso, ainda há a grande rocha que parece sustentar o volume do andar superior, recurso com efeito imediato, que soma mais um ponto, ao lado da figueira, para compor a total adequação do conjunto à região. Também no piso térreo, os carros têm a opção da garagem fechada, com revestimento em madeira ripada, e do abrigo aberto.

O projeto contém detalhes determinantes para o conforto dos moradores em seu dia a dia, caso das claraboias móveis motorizadas instaladas no térreo e no segundo andar. “Além de iluminar, cumprem o papel de exaustão do ar quente nos dias de verão”, explica o arquiteto.

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Detalhamento da arquitetura ao paisagismo, este de Susana Nedel. E deste ângulo é possível entender os dois pavimentos e a área de lazer em um volume criado para o convívio entre as pessoas e a paisagem

Para o lazer, uma edícula

Meio lance abaixo do terreno e totalmernte integrada à natureza, a edícula  foi projetada como um zona de lazer, de onde é possível ver a construção principal. Ladeada por pedra costaneira e granito Icaraí, não interfere com a vista a partir da casa e é uma opção para várias atividades informais da família e seus amigos. Ao lado, parcialmente sob o deque de madeira que se estende por uma das laterais da residência, a piscina preta se transforma em um espelho e, além de sua funcionalidade original, se apresenta como um vistoso elemento estético.

O escritório assina os projetos arquitetônico, hidrossanitário e elétrico da residência, tendo na equipe, além de Paulo Henrique Rodrigues, os outros arquitetos titulares, Roberto Stemmer e Ingrid Stemmer, e as arquitetas Francine Azevedo, Luciana Medeiros e Renata Lui.  O projeto estrutural da Casa da Figueira é de Pedro Chapon. A arquiteta paisagista Susana Nedel cuidou do jardim, com total atenção e respeito à paisagem natural, escolhendo espécies e desenhos harmônicos com o entorno. As buganvílias fúcsia emprestam cor ao equilibrado jardim sem, no entanto, interromper sua serenidade.

Depois de dois anos de construção, o escritório agora finaliza os interiores da Casa da Figueira. Se o acerto do projeto arquitetônico se repetir, certamente será digno de nota.

 Stemmer Rodrigues Arquitetura

Com três décadas de atuação, o escritório Stemmer Rodrigues Arquitetura desenvolve projetos para residências, interiores, condomínios, espaços comerciais e institucionais. Seu trabalho se estende à incorporação, com vários empreendimentos alinhados em seu consistente portfólio. Os sócios definem seu trabalho como arquitetura de autor. “Tanto”, diz Paulo, “que o público sempre espera de nós essa diferenciação”.

Rua João Berutti, 505 – Chácara das Pedras, Porto Alegre, RS  (51) 3334-3818 – contato@stemmerrodrigues.com.br  stemmerrodrigues.com.br

(Texto Marjori Michelin)

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