O futuro da vida urbana preocupa. Pensar as cidades em qualquer escala sobre a qual tenhamos ingerência se faz necessário e urgente. A ajuda de quem dirige as metrópoles e principalmente quem pesquisa o assunto para dar embasamento à tomada de decisões é vital. Acabo de receber este livro, A Cidade em Harmonia, de Jonathan F. P. Rose lançado no Brasil pela Bookman Editora agora, em 2019, e já fiquei hipnotizada pela leitura que promete O que a Ciência Moderna, Civilizações Antigas e a Natureza Humana nos Ensinam Sobre o Futuro da Vida Urbana.
Referência americana em cidades sustentáveis, Jonathan F. P. Rose propõe repensar as cidades para 2050 alcançando harmonia entre civilização e natureza. Até o final do século XXI a população que mora nas cidades chegará a 80%. No livro A Cidade em Harmonia – O Que a Ciência Moderna, Civilizações Antigas e a Natureza Humana nos Ensinam Sobre o Futuro da Vida Urbana, recém-lançado no Brasil, o construtor e urbanista Jonathan F. P. Rose sugere descobrir maneiras de tornar nossos sistemas urbanos mais integrados, resilientes e adaptáveis, aprendendo, ao mesmo tempo, a mitigar as megatendências globais.
Mudanças climáticas, a exaustão de recursos naturais, o crescimento populacional, a desigualdade de renda, as migrações e as diferenças em saúde e educação ameaçam o futuro de nossos municípios. Na mesma linha de Morte e Vida de Grandes Cidades, de Jane Jacobs e O Triunfo da Cidade, de Edward Glaeser, o autor defende o importante papel das cidades para suavizar esses desafios ambientais, econômicos e sociais.
As primeiras sedes mundiais foram construídas em torno de templos, repletas de arte e santuários, animadas por cerimônias que davam sentido à vida de seus habitantes. Rose lembra que elas prosperaram, mas perderam seu propósito maior. Ele acredita que a cidade possui sistemas para ajudá-la a evoluir rumo a um temperamento mais homogêneo, capaz de equilibrar prosperidade e bem-estar.
A obra faz uma relação com a peça O Cravo Bem-Temperado, de Johann Sebastian Bach. Segundo o autor, o conceito de temperamento que ajudou o compositor a criar harmonia entre as escalas poderia ser um guia útil para compor localidades que harmonizem as pessoas entre si e com a natureza. A essa inspiração Rose deu o nome de cidade bem-temperada, que integra cinco qualidades para aumentar a adaptabilidade urbana: coerência, circularidade, resiliência, comunidade e compaixão.
Muitos destes tópicos já estão em funcionamento no mundo atual, como as habitações sociais de Singapura, a educação pública da Finlândia, a cultura ciclística de Copenhague, o sistema alimentar regional toscano de Florença, o acesso à natureza de Seattle, as artes e a cultura de Nova York, o sistema de metrô de Hong Kong, o sistema de ônibus rápido de Curitiba, entre outros. Rose propõe reunirmos esses aspectos como sistemas interconectados para garantir a evolução de suas regiões metropolitanas em cidades mais felizes e prósperas.
Ele defende, por exemplo, o retorno do transporte de massa, trazendo de volta os bondes, acrescentando veículos leves sobre trilhos e bicicletas compartilhadas. Isso reduziria o impacto ambiental e ainda facilitaria a vida dos condutores que ainda restam, por haver menos carros pelas estradas. Também alerta para que cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e outras no sudeste do Brasil entendam depressa as interconexões entre água, alimento, resíduos hídricos e energia de uma nova maneira. “Para superar desafios metabólicos as cidades terão que pensar, planejar, construir e operar sua estrutura de uma maneira diferente”, explica Rose.
O equilíbrio proporcionado pela natureza é um elemento essencial da infraestrutura da cidade, segundo o urbanista. Com parques e espaços abertos, além de convidativos para caminhadas contribuindo assim para a saúde pública, geram benefícios ambientais (absorvem poluentes de ar, refrescam seus arredores) e ainda trazem valorização imobiliária e turismo, ou seja, uma renda direta.
Um modelo importante para o futuro, segundo Rose, são as microrredes. Conjuntos comerciais, hospitais, entre outros prédios, podem trabalhar em conjunto na geração de energia solar, eólica, tratamento de resíduos e água. Com painéis solares no telhado ou usinas de cogeração alimentadas por gás, estas podem espalhar benefícios da eletrificação de modo mais rápido e barato para as novas cidades e favelas urbanas e incorporar fontes de energia limpa.
“A cidade harmônica deve cultivar pessoas e sistemas sociais equilibrados, oferendo oportunidades iguais a todos”, afirma o urbanista. Para ele, as comunidades mais sadias encontram-se fundamentadas sobre os nove cês (cognição, cooperação, cultura, calorias, concentração, comércio, complexidade, conectividade e controle).
Filho de empresário do ramo imobiliário e de uma mãe comprometida com a igualdade humana, o urbanista cresceu na época de 1970 em Nova York, tempo marcado por decadência física, social e ambiental. É fundador da Jonathan Rose Companies LLC, uma empresa da área imobiliária voltada a desenvolver comunidades de oportunidade. Também é cofundador do Garrison Institute, bacharel em psicologia e filosofia pela Universidade de Yale e mestre em planejamento regional pela Universidade da Pensilvânia.
Serviço
O que: livro A Cidade em Harmonia – O Que a Ciência Moderna, Civilizações Antigas e a Natureza Humana nos Ensinam Sobre o Futuro da Vida Urbana, de Jonathan F. P. Rose, 463 páginas, (editora Bookman /Grupo A)
Quanto: R$ 118
Grupo A Educação:
O Grupo A Educação é uma holding que reúne um grande portfólio de negócios voltados para o mercado educacional, integrando soluções em conteúdo, tecnologia e serviços. Com mais de 40 anos de atuação no mercado editorial, a empresa é detentora dos selos Artmed, Bookman, McGraw-Hill, Artes Médicas e Penso. Sua linha editorial, que possui mais de dois mil títulos em catálogo, está voltada para a publicação de livros científicos, técnicos e profissionais, e é referência nas áreas de biociências, ciências humanas, e ciências exatas, sociais e aplicadas.
Desde 2011, a empresa vem intensificando o seu posicionamento no mercado educacional a partir de parcerias com multinacionais como a Blackboard, líder mundial em tecnologia para educação – além de contar com iniciativas nacionais como a Sagah, que integra conteúdo, tecnologia e serviços para entregar uma experiência de aprendizagem completa para Instituições de Ensino Superior e seus alunos.