Paola Ribeiro sempre cria ambientes que acolhem e encantam quem os visita, com o conforto visual de cores bem utilizadas e materiais elegantes e aconchegantes, com a presença marcante da arte. Na CASACOR São Paulo, a Casa Coral – Lugar de Afeto tira partido desse talento da designer de interiores, que usa as cores da paleta 2024 do Colour Futures – estudo global da AkzoNobel em sua 7ª participação na CASACOR São Paulo. A Coral é a marca patrocinadora local da mostra em São Paulo, com o tema “De presente, o agora”, realizada de 21 de maio a 28 de julho, novamente no icônico Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.
“Uma casa com afeto nos mostra o quanto é imprescindível construir continuamente, no dia a dia, um porto seguro, nutrido de amor, de memórias e exemplos que nos remetam a esse lugar a que nos afeiçoamos e identificamos como lar. Em um mundo onde a tecnologia e o ritmo acelerado nos afastam do essencial, fica cada vez mais urgente termos nossa casa como referência para o que chamo de reencontro com nós mesmos”, diz Paola Ribeiro.
“Inspirado por essa bagagem emocional, o projeto explorou dentro do espaço os componentes arquitetônicos que carregassem as características de uma casa afetiva, como os tetos de viga aparentes emoldurando os lambris pintados, os quais também nos reportam à época da infância e lembranças reconfortantes, de casas de avó”, explica a profissional, com mais de 25 participações na CASACOR, apenas no Rio de Janeiro.
Este ano, seu projeto, intitulado “Memórias”, é um convite ao resgate de lembranças de aconchego, acolhimento e bem-estar que estão intrinsecamente ligadas aos itens herdados da família, combinando-os com obras de arte modernas, o agora. Esses contrastes são proeminentes em todo o projeto da designer. Alguns móveis têm desenhos exclusivos da Paola Ribeiro, como a mesa de centro quadriculada em ferro branco com tampo em placas individuais sobrepostos em mármore listrado em tons de verde, branco e preto, executados pelo parceiro Guandu Mármores.
A cozinha também foi desenhada pelo escritório e teve execução da S.A Móveis. Uma cuidadosa seleção de pratos antigos, bules e outras peças que remetem às heranças de família, buscam evocar afetividade por meio desses objetos. Todas as bancadas da cozinha, assim como o aparador do jantar, são em Dekton Awake, da Cosentino, executadas pela Di Mármores. Com uma paleta que representa a narrativa da nossa história de afeto, de contrastes mais fortes a nuances mais suaves, o projeto “brinca” de colorir o espaço com uma variedade de verdes – cores Folhas de Outono, Chafariz da Praça e Pedra Natural – em contraponto com o chamado Azul Marinho Vibrante e os tons rosados e terrosos das cores Presente Romântico e Terra Prometida, além de Lugar de Afeto, que aparece em todo o projeto conectando os ambientes.
Grandes pórticos coloridos marcam as passagens dos ambientes da Casa Coral. Na sala, uma estante vazada, feita de TS, um material fino, divide o living em dois ambientes: o de estar com lareira e a sala de TV. Na Casa Coral, elementos românticos se combinam para criar uma sensação de conforto e receptividade em um quarto que abraça e protege. O clássico dossel em ferro tecido em junco – desenho autoral da designer para o espaço – combinam com estampas florais, Toile de Jouy, enxoval e cortinas com tecidos Entreposto confeccionados pela Casa Mineira. Vale destacar o uso de listras em paredes e teto, marcando o contraste claro e escuro. O marcante tapete floral do quarto resulta da parceria com a Phenicia.
Os móveis são um mix de peças contemporâneas e antigas, criando a sensação de casa cheia de histórias para contar, que no entanto não parou no tempo: móveis de antiquário de Juliana Benfati e AD Estúdio, cadeiras de jantar +55design, mesa de cento oval e de Jantar da Novo Ambiente. O carrinho bar e o banco ao pé da cama, são um lançamento da designer Maria Cândida Machado para Arquivo Contemporâneo, fornecedor da poltrona do living e a cadeira de escritório; as duas poltronas Cosme Velho são da Etel.
As obras de arte contribuem com o colorido do ambiente em técnicas como pinturas sobre tela, fotografias, gravuras e a peça que levou cerca de dois anos e meio para ser concluída por Mucki Botkay, quadro composto por bordado com miçangas. As demais obras são de Luciana Caravello Galeria: do artista Heberth Sobral é a composição de tijolos pintados em tinta acrílica da serie Pixels, na parede azul do escritório, outra na estante ao lado da lareira. De Fernando Leite, duas pinturas a óleo, colocadas de frente para cama, para dar ideia de vista da janela, além de uma obra em tons rosados. Patrizia D´Angello assina quadros florais em estante ao lado da lareira e sobre a mesa de cabeceira do quarto. Na sala de almoço, há duas obras de Gisele Camargo. No living, duas obras em verde e em azul feitas em acrílico sobreposto pelo artista Joe Seiler. Da Galeria Celma Albuquerque, temos a obra de Louise Ganz, ao lado da parede de entrada. No quarto temos um trio de obras do Marcelo Catalano em cima da cômoda listrada da Entreposto. Na mesa de Jantar, fotografias em canvas de Ana Quintella. Há também fotografias de Erica Bernadeli na sala de TV, de Eduardo Rezende no pórtico entre o living e a sala de TV, e o políptico de 9 peças de Fabiano Al Makul, que são portas em tons terrosos.
Sobre Paola Ribeiro: Seus trabalhos transmitem uma história, uma noção real, de espaço vivo, um design que começa a partir da memória do lugar – ou de seus ocupantes, ou da função do espaço. Após mais de duas décadas de carreira, com trabalhos em diversas áreas – residencial, comercial, hoteleira, mostras – seus ambientes com detalhes precisos tanto na arquitetura quanto na construção do conceito são a expressão pura de seu complexo processo criativo. Na contramão das vertentes que se sujeitam à repetição de fórmulas estéticas repetitivas, ou que anseiam apenas criar o novo a qualquer custo, o design de Paola Ribeiro constrói uma ideia de convivência de culturas, estilos, formas – com resultados que provocam uma contínua sensação de surpresa e descoberta. Desta forma, cria ambientes únicos, para o presente e para o futuro, mas que não apagam os traços do passado – pois acredita que estes projetos foram feitos para que mais histórias sejam vividas, passadas e repassadas. Parte do princípio que todo espaço não é apenas um lugar, algo físico, mas sim a soma de seus elementos estéticos, funcionais e emocionais, e, desta forma, consegue traduzir em realidade o desejo de seus clientes.
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